domingo, 21 de agosto de 2011

Um time de belas camisas

As 10 mais - camisas do Vascão.
Eu sou do tempo que camisa de time de futebol era manto sagrado, 'imexível', sem patrocínios, seja na frente dela (o que surgiu mais rapidamente e era aceitável), seja nas axilas ou ombros como agora, tal como um outdoor ambulante. E mais , demorava até trocar a camisa por uma nova, tinha mais estabilidade. Mas agora o marketing manda em tudo e gera receitas e até algumas camisa legais, mesmo com toda a parafernália de bancos, empresas, restaurantes, lanchonetes, sabonetes, marcas de eletrônicos, além da própria marca da camisa e o símbolo do clube, o que é mais sagrado nela. Pois o nosso querido Vasco não escapou dessa nova era e a cada 1 ano (seis meses até) muda a sua indumentária e traz umas pequenas e grandes novidades, além de toda aquela necessária poluição visual de marcas. Agora mesmo tivemos o lançamento de uma 'nova' camisa sob o argumento de que traz o escudo da CBF sobre o maravilhoso título da Copa do Brasil que retomou o Vascão ao seu lugar de direito. Para mim, era não difere da anterior camisa do ano passado (antes daquela que imita o estilo da de 1974 -- essa mais legal, a meu ver), e nem ficou tão bonita assim. Mas camisa do Vasco é sempre um hit, é sempre fashion. E aqui vamos então eleger as nossas preferidas, aproveitando para passarmos a limpo um pouco a linda história do manto sagrado cruzmaltino, uma das mais originais camisas de futebol do mundo e a mais bonita!

1. A primeira camisa - 'Os camisas Pretas' e 
2. A terceira camisa de 2011 - 'Abro mão do Preconceito'.
A primeira camisa do Vasco era preta com aquela gola antiga branca  (em forma de 'gravata') e punhos brancos, com a cruz de malta no peito, do lado esquerdo (altura do coração), sem faixa diagonal, adotada somente mais tarde (inspirada pelo uniforme original do remo e pela camisa do River Plate - por sugestão do técnico uruguaio Ondino Vieira que comandou o escrete campeão de 1945). Foi com esse uniforme que o time sagrou-se bi-campeão carioca 1923-1924  e do campeonato de 1929, logo que subiu para a elite do futebol desafiando o racismo e preconceito social dos demais times, especialmente os 3 outros grandes e o América, na época ainda grande. O Vasco relançou essa camisa sob a forma de camisa retrô e como inspiração do uniforme número 3 desse ano da Penalty (com o detalhe da mão preta e branca aberta contra o racismo), e aí estão as duas que considero muito bonitas

3. Camisa clássica dos anos 70, campeão brasileiro 74 e carioca 77.

Dá uma olhada no esquadrão campeão carioca de 1977 em cima do urubu e repara nas linhas clássicas e na gola em 'V' imitada pela camisa do começo deste ano. Olha o detalhe da cruz de malta bordada na camisa e a faixa mais grossa, sem anúncios....Linda né...uma das mais bonitas camisas do Vasco eleita em vários blogs e sites.....e era um time de feras, defesa inexpugnável, campeão invicto! E como já disse aqui, inspiração para a camisa do começo do ano, já trocada....

4. Camisa Adidas do bi-campeonato carioca em cima do urubu, 1987-1988 - Camisa do Geovani Retrô



A camisa era clássica, a preta mais linda ainda, atrás não tinha faixa, era uma novidade (repetida agora na preta oficial), a gola tipo polo, o número com borda, grande e vermelho, e foi uma camisa campeã, vestimenta do grande 'pequeno princípe' da colina Geovani, que foi homenageado com a bela camisa retrô com a sua assinatura, um 'must' cruzmaltino.

5. Libertadores e brasileiro 97 - centenário - kappa
 Essa é clássica mesmo, minha maior frustração! Sim, pois tinha essa camisa a preta, que representava nossa liberta de 98, nosso brasileiro de 97 e, além de tudo, era lindíssima! Uma das melhores já feitas do Vasco, estilosa no corte, na manga, com o escudo da CBF, marca do centenário, e o mané aqui resolveu dar ela de presente ao ex-(eu disse ex) cunhado americano, filho de português, que, conforme você já reparou aqui, não é mais namorado/marido da minha cunhada.....resultado: nunca mais consegui adquirir a mesma de novo e quem souber de uma usada a pre~ço bom, favor relatar ao escriba que vos 'fala'..... Camisa que, para mim, é a melhor de todas em todos os tempos!! A de cima, é do fera Mauro Galvão, crédito da foto do site camisas de futebola.

6. Camisa do brasileiro 89
 Um uniforme simples e bonito, da marca Finta que vestiu o artilheiro Sorato (ah, o Bebeto também, rs), com a gola pólo, a marca da Coca-Cola (sempre presente nos times da época do Brasileiro), e que foi igualmente campeão (Bi do Brasil). Fonte: www.mantossagrados.blogspot.com.

7. Camisa do título Brasileiro de 2000 (João Havelange) e da Mercosul
Essa camisa é bem legal. Além de bonita como as outras -- não tanto quanto a da Liberta 98 --,  com gola 'V', números modernos, ainda rolou na final da JH o patrocínio 'informal' do SBT, o canal de Silvio Santos (sem a própria empresa saber!), tipo uma homenagem e espetada na Globo, dada pelo Sr. Eurico Miranda (uma das poucas coisas boas dele que tenho lembrança...). Grande time que envergava esse manto, tanto no brasileiro de 2000, quanto na final histórica da Mercosul na maior virada do futebol brasileiro em todos os tempos!
Fonte: www.mantossagrados.blogspot.com.
8. Camisa de goleiro (Fernando Prass), com homenagem a Portugal.
Na passagem dos 42 anos de existência da colônia Luso-Brasileira, o Presidente Roberto Dinamite, através da já 'banida' Champs (cuja única camisa boa foi essa), fez essa bela homenagem em gratidão aos irmãos portugueses, estreando na época com vitória na segundona, vestindo o goleirão Fernando Prass. Esse primeiro modelo nas cores da bandeira portuguesa, como o segundo (porém com a faixa, mais bonito ainda) fez muito sucesso e faz até hoje, disparando as vendas de camisas de goleiro do Vascão. Tem esse modelo original da Champs, e ainda vou adquirir o modelo com faixa da Penalty, mais bonito ainda, que você vê aí embaixo.


9. A 'controversa' camisa Templária.
 A camisa templária é a primeira.
A primeira das 'terceiras camisas' do Vasco veio através de uma votação feita no site do Vasco entre os sócios -- como o impulso do Programa 'O VASCO é meu' e gerou uma venda absurda da camisa escolhida, a bela camisa branca, com a cruz da Ordem de Cristo, vermelha no peito, um dos primeiros símbolos do Vasco, ligado as grandes navegações, depois substituído pela Cruz Pátea, equivocadamente chamada de Cruz de Malta. Alguns criticaram, dizendo que não tinha nada a ver com o Vasco, mas o site AmoVasco, por Tanguy Baghdadi, conta a história dos símbolos referidos, trazendo a simbologia de um clube português (e brasileiro) e templário,

"O diretor de patrimônio José Ernesto da Costa Ferreira afirmou que a Cruz que devia ornar o peito dos vascaínos era a Cruz da Ordem de Cristo. E, se levarmos em consideração a simbologia do nosso pavilhão, o raciocínio está perfeito. Se o negro representa os mares ocultos e a faixa branca o caminho de Vasco da Gama, é natural que a cruz colocada em meio ao branco seja aquela que se encontrava nas caravelas, e de fato era a Cruz da Ordem de Cristo.
Mas, ainda assim, por sorte ou por conhecimento, não podemos considerar que a utilização da Cruz Pátea tenha sido exatamente um erro. Na verdade, todo o conjunto de símbolos do CRVG remete, não apenas às grandes navegações, mas também a toda a simbologia templária. Assim, podemos tranquilizar nosso diretor de patrimônio: a utlização da Cruz Pátea tem uma lógica histórica muito bem embasada. O fato é que os templários utilizavam em suas túnicas exatamente a Cruz Pátea, além das cores preta e branca (alguma coincidência?). Mas por motivos políticos e econômicos nos quais não pretendo me apfundar, os templários foram excomungados pela igreja católica e colocados na ilegalidade, na primeira metade do século XIV. A partir daquele momento, nenhum reino cristão deveria ajudar ou abrigar qualquer membro da organização templária, sob pena de excomunhão também. O único reino que não aceitou a extinção da Ordem Templária foi Portugal, que tinha uma “dívida de gratidão” pelo fato de os templários terem expulsado os mouros do seu território, ocasionando a criação do Estado Português. A estratégia então, foi mudar o nome da ordem, que passou a se chamar ordem de Cristo, e promover uma mudança no seu símbolo principal. Sai a Cruz Pátea, entra a Cruz da Ordem de Cristo. O fato de os vastos tesouros templários, herdados pela nova ordem sediada Portugal, terem financiado as Grandes Navegações explicam o fato de Pedro Álvares Cabral e Vasco da Gama utilizarem a Cruz da Ordem de Cristo em suas caravelas - como uma espécie de patrocínio.
Portanto, podemos considerar que a Cruz da ordem de Cristo é uma decorrência da Cruz Pátea. Por isso, não devemos ficar espantados por portarmos uma cruz em detrimento da outra."
Bem, tudo que sei é que é uma bela camisa, parece de time inglês ou italiano (a Inter tem uma terceira camisa parecida), apesar das controvérsias (teve até torcedor do Urubu falando que a camisa era linda e outros que lembrava um 'caixão' , falta de cultura é uma M.), e depois ela foi substituída pela homenagem aos camisas pretas, já referida linhas acima.
10. A camisa preta da Penalty do Reizinho Juninho, homenagem ao gol monumental.

O modelo aí de cima é o blogueiro que vos escreve, rs...mas que camisa sensacional! Grande sacada de marketing. Além de bela, é preta de tecido especial, com a cruz de pano bordada e com o ingresso da semifinal com o River Plate bordado na parte inferior, tem o rosto do Reizinho desenhado no verso da camisa, que quando levantado cobre o rosto do usuário, fazendo um 'cover' do Juninho comemorando seus ínumeros e importantes gols pelo Vascão! Ganhei de presente de dia dos Pais da minha esposa e até hoje já vesti umas três vezes pelo menos, linda e reverencia o grande jogo do gol monumental contra o River, cujo o gol de falta de Juninho classificou o Vasco para a final na qual se sagrou campeão da Libertadores no ano do seu centenário! Um must de vendas!
Escolha a sua e FELIZ DIA DO VASCO!

Meninos e Meninas, eu vi!
Vasco 3 x 1 Corinthians - 15.07.1978
 O timaço de 1978
Meu primeiro jogo do Vasco assistido no estádio (no Maraca), foi com 7 anos de idade para 8 (em setembro),  contra o 'curingão' do amigo de trabalho Rauthier no brasileirão de 1978, com o timaço campeão carioca de 1977, com Dinamite, Abel Braga, Dirceu, Zé Mario, Mazzaropi, Marco  Antonio, bom, veja a ficha completa do jogo e escalações no futpedia.
Foi um jogo emocionante. Palhinha do Timão marcou primeiro para a equipe paulista e fiquei preocupado. Mas logo depois Roberto empatou perto do fim do primeiro tempo e Dirceu (dupla boa, que foi para a copa de 1978) virou, ainda aos 45 do primeiro tempo, para a minha alegria de fã da dupla, especialmente do Dinamite que, aliás não me decepcionou marcando o terceiro gol da partida aos 35 do segundo tempo, fechando o caixão da mulambada paulista, naquele clima de virada comum ao Vasco. Detalhe da partida é que eu muleque novato no Maraca enchi o saco do meu pai, perguntando se a bola era de isopor pois era chutada com facilidade entre a área do goleiro e o meio-campo no tiro de meta e eu não entendia como, pois para mim era muito pesada....rsrsrs...além disso, não entendia como estava tão claro ali nas cadeiras azuis onde estava sentado, especialmente com o cair da noite e dizia a meu pai que estava dia e ele dizia que não, já era noite, que era a luz dos refletores e não entendia como, ou 'fingia' não entender só para encher o saco do meu pai, coitado....rsrsrs....ótima noite-fim de tarde, com o meu pai e irmão, além do meu tio português Sergio, e me lembro da felicidade da volta no carro falando do jogo e escutando a rádio Globo com os comentários da partida.....inesquecível, não só o jogo, a exibição do Roberto Dinamite e do Dirceu, mas a exuberância e grandeza do Maracanã que muito me impressionou, não é pai....rsrsr....

Figurinhas do Almirante
Dirceu - 'Dirceuzinho' ou 'formiguinha'.

O jogador de hoje marcou uma época no Vasco, fazendo uma das mais eficientes duplas de ataque com o Dinamite, somente comparável aquela que o Bob fez com o Romário lá no final de sua carreira, ou ainda com o Claudio Adão. Dirceuzinho, que fez um dos gols da partida acima -- meu primeiro jogo no Maracanã, foi um dos meus primeiros ídolos junto com o Dinamite e com Mazaroppi. Olha a ficha do cara no NetVasco, http://www.netvasco.com.br/mauroprais/vasco/idolos3.html,

"Veio para o Vasco incluído num troca-troca com o Fluminense da época de Francisco Horta. Até então um ponta-esquerda, seu futebol renasceu jogando pelo meio-campo do Vasco de 1977, armado por Orlando Fantoni. Era um jogador incansável, de fôlego impressionante e dono de um chute forte e bem colocado de fora da área. Dirceu voltou a Seleção Brasileira em 1978, depois de alguns anos sem ser lembrado, e marcou três gols na Copa do Mundo da Argentina, todos de fora da área, tornando-se co-artilheiro da Seleção na competição, ao lado de Roberto Dinamite. A crônica internacional o considerou o terceiro melhor jogador da Copa de 1978. Alguns meses após a Copa foi contratado pelo América do México, tendo posteriormente também jogado na Espanha e na Itália. Ainda fez uns poucos jogos pelo Vasco em 1989, mas deixou o clube por desentendimentos com a diretoria." 

Jogou ainda a Copa de 1974 e 1982. Faleceu em 15/9/1995 no Rio de Janeiro-RJ, de acidente de carro, por causa de um lamentável racha, no qual, o seu carro, um Puma, na madrugada da Barra da Tijuca, após parar em um sinal vermelho, se viu involuntariamente envolvido. Foi campeão carioca pelo Vascão em 1977 e 1988, quando saiu do Vasco com desentendimento com o técnico Lazaroni.

Letras Cruzmaltinas

A dica de hoje é o livro 'Os dez mais do Vasco', da Maquinária Editora e da Saraiva, de  Rodrigo Taves e Claudio Nogueira, décimo livro da coleção ídolos imortais, com a seleção dos 10 maiores jogadores que já envergaram o lindo e maravilhoso manto cruzmaltino, que listo agora - Barbosa, Orlando Peçanha, Bellini, Danilo Alvim, Ademir, Roberto, Romário, Edmundo, Juninho e Vavá. Vale a leitura, com uma pesquisa bem feita das alegrias, glórias e ocasos dos craques do Vascão muito bem selecionados, representando 3 eras fantásticas do time, o Expresso da Vitória, o Supercampeonato de 1958, e fase áurea de 1987-2000, com a passagem de Dinamite pelos anos 70 e os títulos marcantes de 1974 e 1977.
FELIZ DIA DO VASCO! 113 ANOS DE GLÓRIAS E DEMOCRACIA! E QUE SÃO JANU NOS PROTEJA!

8 comentários:

  1. Caraca, Ricardo, você deu sorte, meu primeiro jogo in loco do Vasco foi o "clássico" contra o América, em 78 ou 79, o Bob Dinamite não jogou (tava contundido), o América saiu na frente, o Vasco empatou de pênalti e depois o Leão deu mole e o América fez o gol da vitória. Depois só voltei ao Maraca em 86, empate pelo Brasileirão com o Atlético-MG.
    Sobre as camisas, a templária é linda e quem não concorda é invejoso!! Belo post!!

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  2. o meu segundo jogo acho que foi um vasco e bangu em 1986 tb, mas acho que a gente perdeu ou empatou, o time do bangu era enjoado na época.....valeu João!

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  3. Solicito ao proprietário deste sítio eletrônico, que utilize a grafia correta para mencionar o Todo Poderoso Timão (Corinthians - atual líder). Em tempo, o citado jogo que V. Sa. mencionou, não tenho condições de comentar, pois sequer vivo eu estava...rs

    abraços - Rauthier

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  4. Valeu Rauthier! Teu filho, já sabe, será vascaíno!

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  5. eu tenho essa camisa do centenário do vasco de 97/98.
    preta n10...

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  6. Boa tarde eu tenho a camisa preta número 9 do centenário pra vender. 6186219597

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